Sou hoje aquele a quem todos podem pedir ilações. Sou hoje aquele a quem todos podem apontar o dedo pelo simples facto de me ter atirado de cabeça sem recear o golpe. Cheguei. Cheguei livre de arrependimento. Cheguei para ficar e daqui não sairei. As respostas que procurava, essas, já as tenho. Tenho-as, não as tendo. Descobri-as, mas a audácia de conseguir trazê-las para dentro ainda me escapa. Poderá ser um sortilégio por tempo indefinido, mas isso, não é nada que me seja estranho e que, muito menos, me deixe de cabeça assombrada. O tempo deixou de ser uma questão de fundo, pelo menos, para mim. Sonhei, não me apercebendo que estava a sonhar. Sonhei, acarretando comigo a perfeita noção de que o fim do sonho estaria reservado para um dia que até hoje desconheço. Continuarei a sonhar sempre, mas com os dois pés no chão. E a vida continua.