ACTO ÚNICO
A peça tem início com as duas personagens em palco, o rapaz e a rapariga, que surgem sentados um ao lado do outro. O cenário é uma barragem. A noite já vai cerrando. Ouvem-se as ondas do mar e o vento que sopra suavemente contra as árvores. No céu, as estrelas caem… O ambiente é de cumplicidade e paixão…
Tiago: Olha, outra estrela!
(aponta para o céu)
Maria: E ali…olha outra!
(aponta para o céu, acompanhando o primeiro gesto do rapaz)
Tiago: Tantas estrelas… É tudo tão bonito, tudo tão, tão…
(fala pausadamente e suspira, prosseguindo…)
So… O que é que tens a dizer ao mundo?
Maria: Quem? Eu?
(ri-se timidamente)
Tiago: Sim…
(pausa)
Eu também não tenho nada a dizer…
(pausa)
Excepto que o céu está lindo. E a água também…
(fala com felicidade; os olhos brilham)
Instala-se um silêncio breve. A rapariga encosta a cabeça ao ombro do rapaz.
Tiago: Oh my God! Uma barata! Ah, não… É a Maria com a cabeça encostada ao meu ombro… Ok!
A rapariga dá um suave toque nas costas do rapaz.
Tiago: E agora uma palmada nas costas… E passou ali outra estrela…
(aponta novamente o dedo para o céu)
Novo silêncio.
Tiago: Estás com sono?
(segreda-lhe ao ouvido)
Maria: Não…
(num tom tranquilo e sereno)
Tiago: Não?!
(pergunta, admirado)
Maria: Não, porquê? Não queres que me encoste a ti?
(num tom meigo)
Tiago: Não!
(exclama como se não fosse isso o que ele queria realmente dizer)
Estás à vontade…
(num tom meigo)
Silêncio longo. Os dois ficam encostados um ao outro por longos minutos, olhando para o céu. Suspiram timidamente. A lua brilha como nunca. A magia está prestes a começar…
[…]
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