terça-feira, 29 de abril de 2008

Desci à Terra

(Só agora me dei conta que há quase um mês que não metia aqui os butes, mas bem...)


Apetece-me escrever sobre coisa nenhuma. Sim, coisa nenhuma. Há dias destes... Dias em que a lua se põe antes do sol se ir (?). Bem! Deixando-me de lamúrias e passando a outras coisas. Coisas, essas, mais interessantes que estas coisas... Estas, estas coisas. Passamos qualquer coisa como...algum tempo, digamos, a tentar soltar a nossa primeira palavra, dois ou três anos a aprender a ir à casa de banho com o intuito de tratar dos nossos assuntos de imediata importância (resultando num extremo alívio...), mas a maior parte da nossa existência (doze anos, para os mais ambiciosos...) é dedicada ao estudo, à busca constante do conhecimento. Enfim, uma vida inteira a tentar ser alguém. Uma vida inteira para termos, realmente, uma vida.

terça-feira, 8 de abril de 2008

NA MAGIA DAS ESTRELAS


ACTO ÚNICO


A peça tem início com as duas personagens em palco, o rapaz e a rapariga, que surgem sentados um ao lado do outro. O cenário é uma barragem. A noite já vai cerrando. Ouvem-se as ondas do mar e o vento que sopra suavemente contra as árvores. No céu, as estrelas caem… O ambiente é de cumplicidade e paixão…

Tiago: Olha, outra estrela!
(aponta para o céu)


Maria: E ali…olha outra!
(aponta para o céu, acompanhando o primeiro gesto do rapaz)

Tiago: Tantas estrelas… É tudo tão bonito, tudo tão, tão…
(fala pausadamente e suspira, prosseguindo…)


So… O que é que tens a dizer ao mundo?

Maria: Quem? Eu?
(ri-se timidamente)


Tiago: Sim…
(pausa)


Eu também não tenho nada a dizer…
(pausa)


Excepto que o céu está lindo. E a água também…
(fala com felicidade; os olhos brilham)


Instala-se um silêncio breve. A rapariga encosta a cabeça ao ombro do rapaz.

Tiago: Oh my God! Uma barata! Ah, não… É a Maria com a cabeça encostada ao meu ombro… Ok!


A rapariga dá um suave toque nas costas do rapaz.

Tiago: E agora uma palmada nas costas… E passou ali outra estrela…
(aponta novamente o dedo para o céu)

Novo silêncio.


Tiago: Estás com sono?
(segreda-lhe ao ouvido)


Maria: Não…
(num tom tranquilo e sereno)


Tiago: Não?!
(pergunta, admirado)

Maria: Não, porquê? Não queres que me encoste a ti?
(num tom meigo)


Tiago: Não!
(exclama como se não fosse isso o que ele queria realmente dizer)


Estás à vontade…
(num tom meigo)


Silêncio longo. Os dois ficam encostados um ao outro por longos minutos, olhando para o céu. Suspiram timidamente. A lua brilha como nunca. A magia está prestes a começar…



[…]