quinta-feira, 26 de março de 2009

Porque é que...?

(...)

Porque é que tudo me acontece contigo?
Porque é que fico alucinado?
Porque é que fico puto à beira do perigo,
Se sou maior e vacinado?

(...)

«Tudo Contigo» - João Gil

sexta-feira, 20 de março de 2009

"Livro do Desassossego"

"(...) Uns de nós estagnaram na conquista alvar do quotidiano, reles e baixos buscando o pão de cada dia, e querendo obtê-lo sem o trabalho sentido, sem a consciência do esforço, sem a nobreza do conseguimento."

"Tenho uma espécie de dever de sonhar sempre, pois, não sendo mais, nem querendo ser mais, que um espectador de mim mesmo, tenho que ter o melhor espectáculo que posso. Assim me construo a ouro e sedas, em salas supostas, palco falso, cenário antigo, sonho criado entre jogos de luzes brandas e músicas invisíveis."

Bernardo Soares

Juro que não sei que mais poderei dizer sobre este Senhor. Palavras não chegam. Até porque chamar palavras às simples e banais letras que possa apontar sobre o que li hoje no Livro do Desassossego não poderão, em momento algum, ser postas lado a lado com as Palavras de um semi-Pessoano.

Pensamentos fragmentados, de expressão complexa, simples ideia, invadiram, de rompante, a minha cabeça.

Mas criemos com ousadia. Ousemos agora esboçar, por hipótese, que o mundo pode não ser, por instantes, aquilo que num Sonho ideal seria o oásis da vida, da paz sem sangue, da felicidade sem limites, da depressão invisível, da tristeza efémera. De forma fácil e estupidamente infame, chegamos à conclusão que há, porém, quem exista simplesmente por existir e encontre na existência, no ser, a sua única forma de assumir presença, esteja onde estiver.

Em tempo e espaço definido pelos nossos contornos, bastarão dois pés assentes no chão para viver?

Não. Viver é também existir. Existir não é viver.

segunda-feira, 16 de março de 2009

Horizonte

O tempo começa a fugir-me da mão novamente. Tento agarrá-lo de punhos cerrados ou deixo ir-me na onda do "vou fazendo"? Nunca foi nem será essa a minha pauta. Até porque o que hoje tenho em tudo se deve à ambição do "vou fazer agora e vou conseguir fazê-lo". Pergunto-me, sim, se conseguirei alcançar tudo aquilo que quero já e agora. Quando? Onde? Como? São perguntas cujas respostas desconheço.
O horizonte pode ser realmente uma linha muito ténue entre aquilo que podemos e queremos, como também pode ser o penoso inferno do que desejamos, mas podendo consegui-lo, não o tentamos.
A cabeça em tom grave nos grita de aflição, receando que gestos e atitudes não reflictam as suas ordens, os seus impulsos. Os pensamentos ganham forma e cor, nítidos como água que goteja nos nossos olhos que querendo sentir tudo o que a nossa imaginação cria, sentem somente o que a visão lhes transmite. Cá dentro, um eco de palavras soletradas por vozes distantes segreda-nos perto aos ouvidos do sensível. Ao pensarmos, ganhamos asas nesta viagem que é fechar os olhos e voar, voar... Damos por nós e pousámos no céu, olhando como seria a nossa sina se em vez de estáticos, partíssemos à descoberta do que não conhecemos e do que ainda não alcançámos. O sonho tudo isto nos pode conceder, mas existe algo que Ele não consegue: ser real. Se não formos nós, ninguém será. Coragem? Carácter? Sorte? Tudo isso é pouco e vago quando não existe o impetuoso Querer de desejo, mas o banal querer de ganância.
É este o nosso Ser.
Somos feitos pelo que queremos, não só pelo que conseguimos.
E eu quero conseguir.

domingo, 8 de março de 2009

O post que começa pela palavra "não"

Não posto aqui há muito tempo, e creio que a melhor palavra para retomar a minha actividade enquanto Mestre Impressionista seria o vocábulo não.

Será que alguém se apercebe da frequência com que o povo português emprega esta pequena palavra de 3 letras apenas acompanhada por um sempre amigável til, no meio das suas frases quotidianas? A negatividade deste povo é incrível, roçando mesmo o exagero...

Vejamos o seguinte caso: estão dois amigos, um deles encontra-se a comer bolachas, daquela marca que não vou referir, mas que começa por "O" e acaba em "O" com um "R" e um "E" pelo meio, e entretanto, o outro, que não se encontra a comer essas tais bolachas, mas apenas a observar o outro, pergunta "Vais me arranjar um pitz dessas bolachas, não vais?" (reparem que eu pus um sempre animado "pitz", para dar alguma jovialidade à conversa).

E depois há sempre o caso do meu instrutor de código que no final de cada frase, faz questão de fechar com chave de ouro, usando a expressão "não é?", o que acaba por ser um excelente modo de prender a atenção da plateia... até ao ponto em que cada vez que ouvimos estas duas palavras, o som que estas produzem assemelha-se aquele que um porco emite aquando da sua matança.

Para terminar, digo-vos desde já, que este post foi fraquinho, e há que dizer isto com frontalidade, mas antes isto que nada, não é?

segunda-feira, 2 de março de 2009

No Line on the Horizon


Como eu gosto de me armar em espertinho (tem dias, vá...) e de ter as grandes novidades em primeira mão, reservei este álbum há mais de dois meses.

Música e imagem permaneceram na sombra por cinco anos... Mas surgiram, melhor que nunca.

Para quê apresentar quem dispensa apresentações? São eles. U2.

No Line on the Horizon consegue trazer-nos, de resto como todos os outros álbuns destes masters do Rock, uma nova visão do que é o horizonte musical de Bono, The Edge, Adam Clayton e Larry Muller Jr. .

Mais do que um crescendo progressivo à medida que vão soando as diversas faixas, é esta obra também um acumular de mensagens e pensamentos, pintados sob a forma de palavras nas novas onze letras.

Estou a ter o previlégio de o ouvir no dia do seu lançamento e não me arrependo dos dias e noites que esperei para o ter aqui, nas minhas mãos.

Afinal, pode não haver linha no horizonte, mas há sempre esperança e vida para além disso.

Atrevam-se.


(...)


Only love, only love can leave such a mark

But only love, only love unites our hearts


Justified till we die,

you and I will magnify

The Magnificent

Magnificent

Magnificent


«Magnificient»




(...)


You don’t know how beautiful

You don’t know how beautiful you are

No you don’t know how beautiful

You don’t know, and you don’t get it, do you?

You don’t know how beautiful you are

«Get on Your Boots»