domingo, 17 de janeiro de 2010

Fim

Tudo tem o seu tempo. Tudo o que vive, acaba por morrer, seguindo o normal decurso das coisas. E este blogue não é excepção.

Ao fim de 218 impressões, chegou ao fim o nosso ciclo. Para trás, ficam três anos de um projecto que arrancou a três por meio de um poeta, um mestre e um imbecil. Foram vários os impressionistas que se juntaram a nós ao longo do tempo, mas foi sobretudo ao engenho destes três indivíduos, que não têm outro nome nem lugar onde cair mortos, que tudo isto teve pernas para andar.

Entre crónicas de humor discutível, textos introspectivos até mais não, alguma poesia aqui e ali, fica a certeza do dever cumprido.

Obrigado a todos aqueles que por alguma vez tiveram a paciência e a generosidade de nos agraciar com as suas palavras, bem como todos aqueles que estiveram sempre do nosso lado.

Um até sempre.
Os Impressionistas

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Coisas pouco novas

Está um frio do caraças, não sei se já alguém tinha reparado e tal.
E aproveito para dizer que os exames me lixam um bocado.
Põem-me mal disposto, não sei...

sábado, 9 de janeiro de 2010

Undisclosed Desires

I know you've suffered
But I don't want you to hide
It's cold and loveless
I won't let you be denied

Soothing, I'll make you feel pure
Trust me, you can be sure

I want to reconcile the violence in your heart
I want to recognize your beauty's not just a mask
I want to exorcise the demons from your past
I want to satisfy the undisclosed desires in your heart

You trick your lovers
That you're wicked and divine
You may be a sinner
But your innocence is mine

Please me, show me how it's done
Tease me, you are the one

(...)

«Undisclosed Desires» - Muse






Falamos muitas vezes de desejos sem sabermos bem o que está por detrás deles. De onde vêm? Por quem chamam? A nós compete-nos dar-lhes a voz e a cor. Com tronco e membro já eles andam na nossa cabeça, aqui dentro. Se nunca lhes permitirmos a devida expressão, não serão mais do que meras poeiras e ventos que, pela nossa arca, noutros tempos deambularam. É certo de que a cor de que os dotamos ora pode ser o verde da esperança, o preto do fim ou o cinzento da incerteza. Não me espanta que muitas das vezes sejamos quase que obrigados a reter o que sentimos para nós e apenas para nós mesmos. O medo do confronto com a pura verdade que, a bem ou mal, algum arrepio na espinha nos trará, acaba por trancar a sete chaves o que, de facto, aqui vai dentro, num cofre - dizem os românticos - chamado coração. Motivos que cultivem os nossos receios nunca hão de faltar, até porque a nossa imaginação tratará do resto. Os nossos olhos sempre verão aquilo que quiserem realmente ver. Somos, de certa forma, cegos da realidade. Assimilaremos somente o que nos convier num dado momento. Seja o receio do fim último, o medo da rejeição, haverá sempre algo que nos tire o sono. E nem por isso deixaremos de viver.

Mas então, porque razão não damos a tal voz aos nossos desejos?
Deixem-me adivinhar...
Porque vamos falhar?
Poupem-me o choradinho habitual...

Eu respondo-vos: ninguém gosta de sofrer.
É assim tão complicado de compreender?
Não, claro que não.

Ainda assim, nunca me apanharão nessa. Os túmulos não foram feitos para mim. Expressar-me, arriscar o que quer que seja, só a mim me diz respeito. Se sofrer, pronto, é pena. Mas sofremos todos, ora não?

Pelo menos, conseguirei sempre dizer para mim mesmo que tentei.
E isso ninguém me tira.