terça-feira, 29 de agosto de 2006

Saramago ou García Márquez?

Era mais uma daquelas tardes de tédio absoluto. O calor apertava. O chilrear dos pássaros lá fora atraía-nos levemente para a rua. Decidi sair... Fui até à livraria da esquina, tomar nota dos novos best-sellers. Logo à entrada, dois livros despertaram a minha curiosidade.
Por um lado, o sábio José Saramago. Na contracapa, era visível a compatibilidade entra a sua idade e as suas infinitas rugas. "Ensaio sobre a Cegueira" pareceu-me um título um tanto ou nada exagerado, disfarçado por uma sublime escrita, minuciosa e mesquinha. Após um zapping literário, apercebi-me que a obra descrevia a profunda humanidade dos que são obrigados a confiar uns nos outros quando os seus sentidos físicos os deixam. Ao mesmo tempo, retrata a relação recíproca que se estabelece entre uma pessoa que é privada do sentido da visão e todos aqueles que a pretendem ajudar. Devo confessar que, depois de um folhear atento daquelas longas páginas, o livro me atraíu.
Por outro lado, Gabriel García Márquez, esse "herói" colombiano. Desta vez, o título pareceu-me mais sugestivo, mas ao mesmo tempo, imprevisível. Facilmente se podia concluir que "Cem anos de solidão" era considerado um marco histórico da literatura latino-americana. Toda a narrativa se passa na fictícia cidade colombiana de Macondo. O livro mostra a trajectória da família Buendía, desde a fundação de Macondo até à sétima geração. Fiquei desiludido. O título tinha criado em mim alguma espectativa positiva que acabou por não se confirmar nas primeiras páginas que li.
Optei por Saramago. Tinha acabado de encontrar a ocupação perfeita para mais uma noite de verão que se adivinhava, tal como as outras, quente e monótona...
"(…) Penso que não cegámos, penso que estamos cegos, Cegos que vêem, Cegos que, vendo, não vêem. "

2 comentários:

Anónimo disse...

bem, eu venho aqui dizer q... o mundo e q esta cego. cego por nao ver. cego por nao querer ver o impressionismo q praki vai. Jesus, tanta intelectualidade junta! a revolta dos pasteis de nata ja tem concorrentes...
olha, mundo, eu acho q nao podes continuar nexa cegueira e fingir q nao vez o genio do meu amgo JT q por ti, oh mundo!, informou.se de livros de Saramago! Mundo! Mundo, pah! Acorda para a vida. E' q a tua vida, mundo, esta nas maos deste jovem impressionado...

Anónimo disse...

Saramago, sem dúvida. Aliás, basta olhar para isto: "(…) Penso que não cegámos, penso que estamos cegos, Cegos que vêem, Cegos que, vendo, não vêem. "
Conseguir descobrir um poema destes não é para todos. Isto é ser grande, é ser poderoso, é ser Jõao Tiago. Excelente post, Grande poeta impressionista. Que até impressiona.