domingo, 8 de março de 2009

O post que começa pela palavra "não"

Não posto aqui há muito tempo, e creio que a melhor palavra para retomar a minha actividade enquanto Mestre Impressionista seria o vocábulo não.

Será que alguém se apercebe da frequência com que o povo português emprega esta pequena palavra de 3 letras apenas acompanhada por um sempre amigável til, no meio das suas frases quotidianas? A negatividade deste povo é incrível, roçando mesmo o exagero...

Vejamos o seguinte caso: estão dois amigos, um deles encontra-se a comer bolachas, daquela marca que não vou referir, mas que começa por "O" e acaba em "O" com um "R" e um "E" pelo meio, e entretanto, o outro, que não se encontra a comer essas tais bolachas, mas apenas a observar o outro, pergunta "Vais me arranjar um pitz dessas bolachas, não vais?" (reparem que eu pus um sempre animado "pitz", para dar alguma jovialidade à conversa).

E depois há sempre o caso do meu instrutor de código que no final de cada frase, faz questão de fechar com chave de ouro, usando a expressão "não é?", o que acaba por ser um excelente modo de prender a atenção da plateia... até ao ponto em que cada vez que ouvimos estas duas palavras, o som que estas produzem assemelha-se aquele que um porco emite aquando da sua matança.

Para terminar, digo-vos desde já, que este post foi fraquinho, e há que dizer isto com frontalidade, mas antes isto que nada, não é?

2 comentários:

Tiago Pereira disse...

GENIAL MEU LOOOOOL

Somos um povo do não, não haja dúvida.

E só um mestre poderia pegar em tal facto conhecido do mais que pessimista olhar português no que toca à sua vida e à sua cultura e caricaturizar se é que o termo existe e me permite a sua inserção neste comentário de qualidade quase nula ou até nula se for igual a zero, claro está.

Claro está também que eu não poderia fugir a esta regra do Não. Acho que fui coerente com o meu discurso apesar de não o ter sido.
Assim, e como todos os que me conhecem ou os que até não me conhecem, sabem que eu tenho aquela mania irritantemente horrenda e fácil de, terminada uma piada (daquelas alentejanas), acrescentar um famoso e singelo 'Não?!'.

E creio que isto diz muito sobre a minha sanidade mental e até, quem sabe, mental.

Mas...

Não.

x)

joao cruz disse...

Não acho fraquinho. Concordo que há pouca gente que não consegue omitir tal palavra. Não sou excepção. Para não falar daqueles que até colocam mais do que um não numa frase que não justifica ter tantas negações. Não é normal.

Como diria o João Tiago..
Não?